quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A VIAGEM INESPERADA

O Almoço estava maravilhoso, feijão e arroz integral bem temperado, purê de batata inglesa, cenouras cozidas, etc., e mais uma deliciosa sobremesa de creme de leite, e, ao final, um chá de folhas de hortelã.

Conversas amenas, leves e descontraídas, seguiram-se ao longo da refeição elevando o clima de prazer pelo aconchego da reunião familiar em torno da mesa.

E foi quando brindávamos àquele momento que uma caixa de som ligada a Internet emitia um chamado para Mr. Tom.

De repente Mr. Tom pede licença, levanta-se e segue até o local do chamado. Serena ainda com a xícara na mão, me fala:

- Ramezoni - pela característica desse chamado, alguma urgência está requerendo a nossa presença em algum lugar do mundo.

- A Senhora não me diga que vocês vão ter que se ausentar daqui agora...

- É bem provável...

- Mas Miss Serena, a nossa conversa estava tão boa e só em começo...

- Mas é que não somos donos de nada, nem de nossas vidas, nem deste momento...

Eu ia questionar os porquês quando Mr. Tom chegou anunciando a necessidade dos preparativos para eles saírem em 30 minutos.

E tudo foi feito com rapidez.

Sem delongas eu vi, em menos de meia hora, o Mr Tom e a Miss Serena ficarem prontos com a bagagem que precisavam para a viagem. Desculparam-se e me disseram para aguardá-los dentro de algumas semanas. Deram-me todas as orientações sobre a casa, a alimentação, a cozinha, as energias e os computadores e com a minha aquiescência de ficar aguardando-os até a volta com a cadela Estrela, instalaram-se rapidamente no helicóptero e se elevaram por entre as serras em prolongados acenos de despedidas, até sumir.

Eu ficara só naquele Império Serrano. Mas não tinha por que me queixar, ali eu tinha tudo que precisasse e estava num ponto privilegiado de vida da natureza, ótimo lugar para me encontrar comigo em busca da paz interior. Foi nesse instante que a cadela Estrela saltitando e latindo chamou-me a atenção... Era como se quisesse dizer que eu não estava só... Agradeci acariciando-a.

E assim, meses se passaram como únicos e inesquecíveis... Nunca houvera sentido a minha vida com tanta nitidez quanto naqueles meus momentos solitários na Serra. Quantas riquezas ficaram em mim guardadas das mensagens vistas, ouvidas, inaladas, sentidas e colhidas em cada balouçar de folhagens, animais, pássaros, árvores, e nos relevos e pedras, em cada minuto, hora, momento, ao longo dos dias e noites intermináveis e valiosos daquela imensa Serra.

domingo, 5 de outubro de 2008

III - ASSUNTOS EM PAUTA

-Ehhh! minha esperta Estrela, - disse Ramezoni alisando-a - pelo que vejo você andou mexendo onde não devia e levou um grande susto que a fez retornar ligeiro... Algum animal feroz deve tê-la assustado...
- Gato do mato e até onça tem sido visto por aqui, Ramezoni, - informou-me o Tom - mas talvez tenha sido algum outro bicho do mato que a fez correr...
- Nesta Serra já ouvimos sons assustadores de animais desconhecidos, - acrescentou Serena - que nos fez ter muita cautela quando precisamos sair de casa...
- É bem verdade - arrematou Ramezoni - e Estrela deve ter tido hoje um encontro singular com um desses bichos misteriosos...
Risos... Enquanto Estrela acomodada no meu colo e já refeita, levanta a cabeça e olha para cada um de nós como a confirmar nossa conversa e a justificar os risos...
Estrela parece compreender que depois do medo sem danos, rir pode ser o melhor remédio... E repousando novamente a cabeça no meu colo, Estrela relaxa e dorme...
Após alguns minutos de silêncio - o Tom retoma a palavra e diz: - Ramezoni, a respeito do que você estava falando - você sabia que, segundo dados estatísticos da Organização Mundial de Saúde, a cada três segundos e meio morre uma pessoa de fome no mundo...
- De fome?
- Sim, de fome, amigo...
- Mas isso é estarrecedor, afinal que mundo é esse que estamos?!...
- Seja o que for, mas é a verdade...
- Amigo, mas como pode? E os países ricos não fazem nada para impedir esse quadro... Eles estão vendo, estão sabendo, pois que a Internet está aí presente mostrando e esclarecendo tudo, em todos os lugares, não é?
- Ramezoni, o que eles fazem é muito pouco, é um quase nada...
- Mas, por que? Por falta de alimentos para atender a população mundial ou por não terem condições de ajudar sem se prejudicarem?
- Não é por uma coisa, nem por outra, o que falta mesmo é vontade política e o verdadeiro sentimento de solidariedade que deve unir todos os povos numa só família. Todos somos irmãos, Ramezoni, independente de raça, cor, religião, território e nação. Somos um só povo nessa morada Terrena...
- Que coisa, Tom, você falou como se conhecesse os ensinos Bahá'is. Bahá'u'lláh, o Grande Profeta do Século XIX na Pérsia, antecipando a globalização, nos seus ensinos menciona que a Terra é um Grande Jardim e seus habitantes uma só família...
- Esse é também o meu conceito, Ramezoni e com essa visão encontraremos Paz e solução para todos os problemas do Mundo...
- Tom, e o que você me diz dos candidatos: Senador Barack Obama e o Senador John MaCain que disputam a Casa Branca nas eleições dos Estados Unidos deste ano. Qual deles é o melhor para Os Estados Unidos e para o Mundo? Não seria bom que um deles incluisse em sua plataforma acabar com a fome do mundo? Os Estados Unidos caso realizasse essa meta tornar-se-ia amado por todos o povos e logo se reabilitaria no conceito das nações e a sua liderança se tornaria inigualável...
- Muito bem Ramezoni, vamos aos assuntos pela ordem, um de cada vez: Falemos primeiramente sobre os candidatos...
Quando o Tom ia dar começo ao seu discurso, Estrela estremeceu e acordou latindo como se tivesse tido um pesadelo, saltou do meu colo e ficou latindo feroz como se estivesse vendo o personagem real que a assustou no seu sonho...
Foi Quando a Senhora Serena que a tudo acompanhava em mudez atenta, mencionou: - chega por agora, gente, vamos dar uma pausa para almoçar e voltemos depois para continuar esse assunto que me interessa muito também...
E foi assim que, compreensiva e respeitosamente, atendemos ao pedido da Senhora Serena e entramos todos na casa, incluindo Estrela...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

II - ENCONTRO MARCADO

Era manhã de sábado, dia de descanso conforme preconiza O Gênese Bíblico. Estava eu com um encontro marcado com o Tom. Desta vez eu me desloquei no meu automóvel para uma certa cidade interiorana, deixei o meu carro com um mecânico de uma oficina para ele fazer uma revisão, adiantei-lhe algum dinheiro dizendo que o restante pagaria na volta e como havia a probabilidade de me demorar, pedi-lhe que, terminado o serviço, guardasse o meu carro até minha volta.
João Gordo, era assim como o mecânico era conhecido, não fez objeção nem pergunta alguma, apenas disse:
- Pode ir Doutor e demorar o tempo que quiser. Aqui quem manda é o Senhor. O seu carro vai ficar bem guardado e quando o Senhor chegar vai encontrar ele funcionado como se fosse novo.
Agradeci ao João Gordo e saí a pé. Conforme orientação recebida e confirmada pelo Tom, há um quilômetro e meio daquela cidade, na direção norte, após a transposição de uma mata fechada, havia um espaço limpo com chão de barro endurecido de uns cinqüenta metros de diâmetro.
Foi para esse local que me direcionei. De posse de uma bússola foi-me fácil chegar ao local. A mata era mesmo fechada e de difícil transposição, mas não para mim que gostava desse tipo de aventuras em contato com a natureza. Foi-me muito prazeroso estar vez ou outra me abaixando ou me desviando dos galhos da mata, algumas vezes sendo espremido entre os arvoredos em certas passagens bem fechadas, sentindo o roçar das folhas no corpo me massageando e me inebriando com o cheiro agradável que delas exalavam.
Quando cheguei à clareira, permaneci algum tempo admirando a beleza do local. Observei o relógio, eram 10:30 horas, eu houvera gastado mais de uma hora na transposição da mata. Mas que bela obra da natureza! Aquele espaço aberto era cercado de árvores por todos os lados, com pedras lisas rentes ao chão, sendo algumas de grande extensão. Que ótimo lugar para meditação, disse de mim para comigo! Quando assim permanecia extasiado ouvi o som do helicóptero. Era o Tom que se aproximava. Parece já saber da minha presença, pois que chegava no mais cedo da hora que combinara.
Não nos demoramos, pousado o helicóptero eu entrei nele e viajamos por longo tempo por cima de serras, cidades, vales e montanhas até que chegamos à sua morada no alto da serra. Serena e a cadela Estrela estavam nos esperando.
Serena, muito amável abraçou o Tom e depois me cumprimentou com um sorriso de boa acolhida, enquanto Estrela pulava incessantemente sobre mim, latindo e balançando o rabo, com grande alegria incontida.
Em breve e agradável caminhada entremeada de conversas, subindo alguns declives da Serra, chegamos à singular e bela morada do Casal.
Depois de alguns preparativos e um lanche ligeiro, sentamos em confortáveis cadeiras à frente da casa sob a fronde de imensa árvore e começamos a conversar, eu e o Tom, com a presença, vez ou outra, de Serena, que ora se levantava para alguma tarefa habitual, ora chegava para nos acompanhar nas idéias que desenvolvíamos, quase sempre com significativo silêncio, embora sua expressão facial e seu olhar nos comunicasse entendimento e aprovação.
Havíamos até então falado de assuntos ligados à morada na Serra, quando o Tom me pergunta:
- Você vai bem, não é Ramezoni?
- Com certeza, depois da desbravadora e agradável caminhada que fiz e ainda mais agora que estou aqui, não existem palavras que traduzam o meu estado de Espírito, estou bem, bem até demais...
- E o mundo lá embaixo, o que você me diz dele?
- Ah!.. É uma loucura, muita ilusão dos que detém a riqueza, miséria em larga escala assolando a população, fome, morte, criminalidade crescente, descrença, valores morais desfeitos, promessas de um mundo melhor enganosas, um futuro semeado de incertezas, a filosofia do prazer e do lucro predominando, famílias se desfazendo, crianças abandonadas e subnutridas, o espectro da fome ceifando vidas inocentes, a insegurança, o progresso destruindo avassaladoramente a natureza, a ciência e a tecnologia se desenvolvendo numa velocidade vertiginosa sem, contudo, equacionar o problema crucial do ser humano que é o bem estar social de condição de vida digna, com educação, cultura, habitação, saúde, alimentação, trabalho e lazer.
- Amigo Ramezoni, posso chamá-lo assim porque considero você como um dos que pensa igual a nós. É por isso que você é e será sempre bem vindo ao nosso seio familiar. Foi uma descoberta brilhante encontrá-lo, ou melhor, você é que nos encontrou e nós nos descobrimos um ao outro.
Nesse momento, Serena que havia se ausentado chega sorridente, senta-se em uma cadeira ao lado e fala:
- Pelo semblante de vocês percebo que a conversa está animada e proveitosa e apenas começando...
- É bem verdade - arrematou o Tom - Ramezoni permite grandes vôos culturais que podem descerrar véus que permitam enxergar soluções para muitos problemas da humanidade...
- Eu ia agradecer tão gentis palavras, quando Estrela chegando de uma incursão na mata pelos arredores da casa chega latindo e salta no meu colo...

domingo, 15 de junho de 2008

I - O COMEÇO DE TUDO

Eu era dez anos mais moço quando conheci o Senhor Tom, ou simplesmente o Tom como ele queria que eu o chamasse, sem utilizar nenhum pronome de tratamento especial. Aventurava-me na subida de uma das mais altas serras da região, por onde me encontrava em viagem, acompanhado da minha cadela Estrela, quando chegando ao topo da serra, visualizei uma harmoniosa casa de madeira, tanto nos traços como nas formas, estando na entrada uma Senhora alisando um cabrito.
Aproximei-me curioso e logo me fiz conhecer. Ela muito amável ouviu-me silenciosa com um olhar sereno de uma deusa imperturbável às surpresas terrenas e após uma pausa, com uma voz sonora, melódica e forte, falou:
- Tom, venha até aqui fora ver um Senhor...
Não demorou e logo saiu da Casa um Cidadão de tez morena, olhos castanhos, cabelos esbranquiçados, compleição física forte, que depois de observar-me demoradamente, perguntou-me:
-O que desejas, quem sois e qual o seu nome?
Ao que respondi:
- Sou só um cidadão do mundo que viajando por essa região achei por bem parar o meu carro e subir até aqui. Chamo-me Ramezoni e surpreendeu-me encontrá-los nesse alto da Serra. Vocês moram aqui?
- Sim, moramos -respondeu o Tom.
- Mas me parece que vocês não são conhecidos da região.
- Não somos e não é preciso. É melhor que nos ignorem.
- E sua esposa - perguntei - como se chama?
- Serena, é só o que basta saber.
- Mas como chegaram aqui, de onde vieram e o que fazem?
- Temos uma grande e forte razão para estarmos aqui. Viemos de longe, mas não de tão longe como podem achar, porque, com o progresso, o mundo se tornou pequeno. Agora me responda: O que foi que o motivou a subir esta Serra, sozinho, acompanhado de uma cadela?
Nesse momento a minha cadela Estrela parecendo saber do que o Tom falava, latiu: au, au...
O Tom observando Estrela, disse:
- É uma cadela sensível e bela, você veio, de fato, muito bem acompanhado, mas diga-me o que o motivou a subir a Serra?
- Eu gosto do alpinismo e amo mais ainda a Natureza...
Diante da minha resposta, observei que os dois se entreolharam numa linguagem de concordância favorável e positiva referente à minha pessoa. Foi quando o Tom numa voz grave e firme falou-me:
- Vamos entrar Ramezoni e conhecer a minha casa.
Não me fiz de rogado, entrei e percorri compartimento por compartimento e me maravilhei com tão boa morada; era uma casa de madeira ampla e bem dividida, numa sala havia uma rica biblioteca com livros raros em vários idiomas, em uma outra haviam três computadores bem instalados, dotados de altas configurações e conectados a Internet. Havia ainda uma aconchegante sala de estar com mesinha e cadeiras singelas e confortáveis, uma sala de refeições com uma mesa e seis cadeira, uma cozinha com geladeira e frizer, uma dispensa com um estoque grande de alimentos, dois quartos completos bem mobiliados, dois banheiros.
Não podendo conter a minha admiração, falei:
- Vocês tem uma estrutura aqui de fazer inveja a muitas ricas famílias das capitais. Mas e a energia, como é que a obtém?
- Nós temos na casa das máquinas um gerador próprio de alto potencial com capacidade de fornecer energia para uma grande cidade.
- Poxa! Tudo bem, já compreendi, vocês são humanos, mas não são criaturas comuns, vocês têm um saber e um trabalho de ordem superior que eu não sei, nem precisam me dizer porque, por enquanto, me contento em estar aqui e ter tido o prazer de conhecê-los.
Ao longo desse nosso diálogo, Serena só nos acompanhou com o olhar sem dizer uma só palavra.
Eu o Tom saímos e fomos conversar debaixo dos arvoredos enquanto Serena cuidava de seus afazeres em casa. Quando me dei conta já era tarde e a noite já se aproximava.
- E agora, como voltar, descer a Serra, disse para mim?
Tom percebendo a minha preocupação, disse-me:
- Você hoje dorme em minha casa e se quiser passa uma semana. A sua conversa me agradou e me deu confiança na sua pessoa.
Como eu havia deixado o meu carro fora da estrada, ao pé da Serra, em um lugar escondido, encoberto por arbustos, aceitei o convite de passar a noite na casa do Tom, no alto daquela Serra.
Naquela noite, jantamos frutos silvestres colhidos na Serra, substanciosa sopa de palmito com aveia e uma xícara de chá de folhas de hortelã. Depois conversamos bastante. O silêncio da noite misturado ao cheiro inebriante das árvores dava uma sensação misteriosa de conforto desconhecido.
Ao me recolher ao quarto de hóspede para dormir, entrei em preces intensas e espontâneas nascidas do âmago do meu ser, e entre, temeroso e alegre, supliquei proteção e agradeci a DEUS por estar vivendo aquele momento fascinante, único, singular e inusitado, onde a presença de DEUS se me mostrava de forma tão intensa e bela como nunca sentira antes.
Dormi sono profundo como nunca houvera dormido e quando acordei havia uma orquestra sinfônica de passarinhos anunciando o alvorecer.
As minhas conversas com o Tom foram se aprofundando e criando laços de amizade cada vez mais consistentes. O trabalho que o Tom realizava era fantástico. Ele tinha uma rede de contatos amplos em todo o mundo pela Internet. Muitos desses seus contatos eram executores de suas diretrizes. O Tom tinha um trabalho missionário educativo e assistencial junto a várias comunidades internacionais empobrecidas. Serena o ajudava, cuidando de ordenar os assuntos chegados via correio eletrônico em uma escala de prioridades conforme os graus das necessidades e urgências avaliados, para depois repassar para o seu marido. Os dois formavam um belo par de missionários.
Em razão do meu bem estar e de um gozo de paz interior ignorado, o segundo dia foi transcorrendo sem que eu me apercebesse, e foi nesse estado de desligamento que tomei café, almocei, lanchei e jantei com o casal como sendo parte da família deles, até que, chegado a noite, eu tive que permanecer para dormir ali, mais uma vez.
No terceiro dia, o Tom me chamou para sair com ele pela Serra. Eu o acompanhei e numa parte plana horizontal que se estendia e depois descia se ligando ao meio de uma outra elevação da Serra, sem que pudesse ser visto por qualquer meio e de qualquer lugar, havia um heliporto onde se encontrava um helicóptero em baixo de uma cobertura de palha. Disse-me o Tom:
- Ramezoni, esse helicóptero é o nosso meio de transporte de chegada e saída da Serra sem que alguém veja ou perceba.
Perplexo, compreendendo porque os habitantes daquela região não sabiam daquela morada deles no alto da Serra, exclamei:
- Poxa! Tom, e agora que acabei de compreender tudo, dou graças a DEUS pela imensa riqueza da qual, vocês são portadores, porque essa riqueza é como fonte de água viva beneficiando as criaturas mais necessitadas de ajuda em todo o mundo.
E foi dessa forma que os dias se sucederam até que completasse uma semana como previra o Tom.
Estrela passara todos esses dias sempre ao nosso lado, toda festiva, cheia de felicidade, ora latindo, ora correndo, ora descansando, ora comendo das rações que o Tom e Serena tinham dentre os alimentos guardados no estoque da dispensa, porque eles pensavam em ter um cachorro com eles.
Chegando a hora de partir resolvi deixar Estrela com Tom e Serena. Os três se deram muito bem e eu fiquei de, vez ou outra, retornar sempre que pudesse.
O resultado é que eu e o Tom nos tornamos muito amigos.
Ficamos sempre, vez ou outra, nos comunicando pessoalmente, quando não, pela Internet.
O Tom era versado em muitas áreas do conhecimento. Parecia conhecê-las todas. Os seus conceitos eram emitidos com sólidos fundamentos. Aprendi mais com o Tom do que nos períodos que me dediquei aos estudos em escolas e cursos acadêmicos.
Essa foi a primeira parte do começo de tudo e o depois é o que vem a partir do agora pela veiculação das minhas conversas que venho tendo atualmente com o Tom. JH Ramezoni.